quarta-feira, 2 de setembro de 2009

Acidente Vascular Encefálico




6º PERÍODO DE TERAPIA OCUPACIONAL
FACULDADE PESTALOZZI

DIANA J. AMAR, MARILIA N. DE CASTRO, NATHARA MOREIRA, TALITA JÓRIO, VALÉRIA B. R. LIMA

O Acidente Vascular Encefálico é causado por uma interrupção de suprimento de sangue no cérebro. Ele ocorre quando uma artéria que fornece sangue ao cérebro fica bloqueada ou se rompe.
Se as células cerebrais perdem seus suprimentos de oxigênio e de nutriente, elas param temporariamente de trabalhar ou morrem. A morte da células resulta em áreas de necrose organizada conhecidas como infartos cerebrais. Entretanto há muitas células remanescentes (neuroplasticidade).

Se a pessoa for tratada adequadamente depois de ter sofrido uma AVE, muitos movimentos perdidos podem ser readquiridos.

TIPOS

São divididos em dois tipos:

ISQUÊMICO: quando não há passagem de sangue para determinada área, por uma obstrução no vaso ou redução no fluxo sangüíneo do corpo (trombose, embolia e insuficiência circulatória).
HEMORRÁGICO: pode ocorrer extravasamento de sangue para dentro do cérebro (hemorragia intracerebral) ou para o lado de fora, entre o cérebro e a aracnóide, ocasionando a hemorragia subacnóidea.

Ambos podem ocorrer por crise hipertensiva, por uma alteração sangüínea em que ocorra muita dificuldade de realizar a coagulação normal, por uma placa de gordura que obstrui a passagem de sangue, interferindo nas funções neurológicas dependentes daquela região afetada, produzindo uma sintomatologia ou déficits característicos.


Fatores de risco para o AVE

Pressão Arterial

Doença Cardíaca

Colesterol

Fumo

Uso excessivo de bebidas alcoólicas

Diabetes Mellitus

Obesidade

Sedentarismo

Sintomas

Os sintomas iniciais do AVE comumente englobam:

a incoordenação de um ou mais membros,
alteração na sensibilidade ou “formigamento no
membro ou na face”,
- comprometimento da fala,
- dificuldade da deglutição,
distúrbios visuais,
perda cognitiva,
cefaléia intensa,
- pode ocorrer incontinência da bexiga e do intestino.

Sequelas

Cada hemisfério cerebral supervisiona e controla as atividades do lado oposto do corpo, portanto, qualquer dano a um dos hemisférios do cérebro conduzirá a uma incapacidade do lado oposto.

O AVE irá resultar em lesão cerebral e consequentemente:

comprometimento motor (alteração de tônus, força, resistência e amplitude de movimento, podendo gerar uma hemiparesia ou hemiplegia);
sensorial;
cognição;
linguagem (afasia, disartria);
propriocepção.


Consequências Sociais do AVE

É comum o paciente após sofrer um AVE tornar-se deprimido, ansioso ou com alterações diante de sua nova condição.

Após um AVE podem ocorrer alterações sutis e importantes no relacionamento do paciente nos contextos familiar e social, podendo conduzir ao seu isolamento.

Prognóstico

A etiologia, o tamanho, o local da lesão e a progressão da recuperação influenciam no prognóstico.

A reabilitação é o conjunto de procedimentos que visam restabelecer, quando possível, uma função perdida pelo paciente temporária ou permanentemente, realizada por uma equipe multidisciplinar (Terapia Ocupacional, Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, entre outros).

A Terapia Ocupacional no AVE

Para pensar no tratamento da Terapia Ocupacional em pacientes pós-AVE, é preciso entender o impacto que a lesão/deficiência provoca nas ocupações diárias da pessoa.
Os cuidados da terapia ocupacional têm por objetivo o retorno à independência, à autonomia e na participação social, através de atividades significativas e importantes para os pacientes.
As áreas ocupacionais envolvem as AVD - atividades básicas da vida diária (de auto-cuidado) e AIVP - instrumentais (de resolução de problemas complexos e cuidados com o outro), bem como as AVT - trabalho ou estudo e o AVL - lazer.
Essas áreas podem variar de acordo com a idade da pessoa, o tipo de atividades que realiza, suas preferências, rotina, hábitos, dentre outros.
Para o terapeuta ocupacional, interessa o desempenho do ser humano em suas funções e ações do cotidiano.


Objetivos do Tratamento Terapêutico Ocupacional


Prevenir as deformidades, muito comuns de ocorrer em consequência a paralisação dos músculos e a perda da mobilidade das articulações. Aos poucos se instala uma rigidez (espasticidade) nas partes do corpo afetadas, provocando posturas erradas fazendo deformidades e impedindo o paciente de realizar certos movimentos, como estender os joelhos e cotovelos, andar, flexionar os braços, etc.
Reduzir as síndromes álgicas (dores difusas pelo corpo), o ombro doloroso, as escaras (feridas formadas pela pressão contínua em um determinado ponto), entre outras.
Estimular a movimentação com exercícios corretos, o uso de órteses (aparelhos para manter os ombros posicionados corretamente), procedimentos visando diminuir a espasticidade, treino de atividades.
Recuperar ao máximo as funções cerebrais comprometidas pelo AVE, que podem ser temporárias ou permanentes, quando feito com atendimento precoce ao paciente, tanto do ponto de vista clínico quanto reabilitacional.
Devolver o paciente ao convívio social, tanto na família quanto no trabalho, reintegrando-o com a melhor qualidade de vida possível.


Escolha da Atividade

As atividades são geralmente escolhidas pelo seu potencial para melhorar os componentes sensóriomotores e psicossociais, afim de garantir a motivação do paciente para participar da atividade.
As atividades escolhidas para a melhora do desempenho físico devem proporcionar o exercício desejado ou o uso com propósitos das partes afetadas.
Elas devem permitir ao paciente transferir o movimento, a força e a coordenação alcançadas em modalidades complementares e capacitantes para as suas AVD, AVID, AVL, AVT,...
Se as atividades forem para uso no restabelecimento físico, devem ter certas características, como:

1. Possibilitar a ação, ao invés de só posicionar as articulações e músculos afetados, permitindo que o paciente percorra sua ADM disponível.
2. Possibilitar a repetição dos movimentos.
3. Permitir um ou mais tipos de graduação, como a de resistência, amplitude, coordenação, tolerância ou complexidade.

Análise de atividades

Nome da atividade: “Painel de fotos da família”
2- Componentes da tarefa:
a) Sobre a mesa colocar a frente do paciente: papel cartão no meio, tampa de pote de maionese contendo cola ao lado direito, pincel chato ao lado da cola, fotos da família organizadas ao lado esquerdo.
b) O paciente deverá pegar as fotos de acordo com a orientação do terapeuta associando a foto com o familiar solicitado.
c) Em seguida pegará o pincel, molhando-o na cola e irá passá-lo no papel cartão colando a foto em cima.
3- Passos da atividade que está sendo analisada:
a) Preensão
b) Arco de movimento
c) Força e resistência contra a gravidade
d) Cognição e memória
c) Coordenação motora
4- Equipamentos e materiais necessários:
Papel Cartão, cola, pincel, fotos, pote, mesa e cadeira.
5- Contexto ambiental: Sala de atividades
6- Posicione o paciente em relação a superfície de trabalho e ao material:
Paciente sentado na cadeira diante da mesa, a uma distância confortável para alcançar e manipular os materiais.
7- Posição do paciente:
Sentado, ereto com os pés bem apoiados no chão; trazendo as duas mãos para o centro da superfície de trabalho, fazendo os movimentos necessários para a realização da atividade proposta.
8- Objetivo terapêutico da atividade:
a) Aumentar força da preensão em pinça.
b) Melhorar a coordenação motora
c) Ganhar amplitude de movimento
d) Aumentar força e resistência contra a gravidade
e) Estimular a cognição e memória
f) Aumentar a tolerância ao sentar

Bibliografia

CAVALCANTI, A.; GALVÃO C. Terapia Ocupacional: fundamentação e prática, Rio de Janeiro: Ed. Guanabara Koogan, 2007
Organização Mundial de Saúde. Promovendo Qualidade de Vida após Acidente Vascular Cerebral: um guia para fisioterapeutas e profissionais de atenção primária a saúde, Porto Alegre: Ed. Artmed, 2003.
PEDRETTI, L. W.; EARLY M.B. Terapia Ocupacional: capacidades práticas para disfunções físicas, São Paulo: Ed. Roca, 2004.
SITE:
CRUZ, Daniel M. C.; TOYODA C. Y. Terapia ocupacional no tratamento do AVC. Revista Eletrônica de Jornalismo Científico. Disponível em: http://www.comciencia.br/comciencia/?section=8&edicao=47&id=567. Acesso em 22 de agosto de 2009.

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