domingo, 16 de maio de 2010

ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA









ATIVIDADES DE VIDA DIÁRIA

“As atividades de vida diária (AVD) são as tarefas de desempenho ocupacional que o indivíduo realiza diariamente. Não se resume somente aos auto – cuidados de vestir-se, alimentar-se, arrumar-se, tomar banho, e pentear-se, mas engloba também as habilidades de usar telefone, escrever, manipular livros, etc além da capacidade de virar-se na cama, sentar-se, mover-se e transferir-se de um lugar à outro.” (Trombly, 1989).


“A Terapia Ocupacional tem como objetivo proporcionar ao indivíduo, de acordo com suas necessidades, potencialidades e possibilidades socioeconômicas, o maior grau de independência possível nesse sentido, utilizando, para tanto, recursos como adaptações e manobras que, por facilitarem o potencial remanescente do indivíduo, propiciam o processo de independência.”


Muitos são os fatores que concorrem no sentido de fornecer ao indivíduo as condições mínimas necessárias para que ele possa desenvolver as AVD de uma maneira plena:

a perfeita capacidade de mobilidade articular

a coordenação motora fina e grosseira devem estar desenvolvidas, bem como a percepção, tato e visão

o sentido cinestésico ou percepção sensorial dos segmentos corporais devem estar instalados


“No caso da criança portadora de deficiência, a execução destas tarefas depende também de condições mínimas necessárias como um bom planejamento motor, envolvendo noções do próprio corpo, de seus movimentos no espaço, do tempo (ritmo e seqüência) e noção espacial. A coordenação viso-motora, capacidade cognitiva e iniciativa também são componentes das tarefas cotidianas automáticas e impossivelmente fragmentáveis durante a execução. “

“O terapeuta ocupacional tem como finalidade desenvolver e manter a função e as habilidades necessárias para o desempenho de atividades, prevenir distúrbios do desenvolvimento, principalmente no que se refere às atividades funcionais, remediar ou (re) habilitar disfunções que impeçam o desenvolvimento favorável nas atividades, facilitar a capacidade adaptativa da criança, colaborar e cooperar com a criança para alcançar seus objetivos.”


As Atividades de Vida Diária subdividem-se em quatro grupos:
 
Mobilidade (na cama, na cadeira, transferências e deambulação)
Cuidados pessoais (alimentação, higiene básica, higiene elementar, vestir-se e arrumar-se)
Comunicação (escrever, telefonar, digitar e utilizar o computador)
Ferramentas de controle do meio ambiente (manusear chaves, portas, janelas e torneiras)

MOBILIDADE/TRANSFERÊNCIA

“Simplesmente o ato de mover-se da cama para a cadeira de rodas ou para a cadeira de banho favorece a independência. Quando o indivíduo é capaz de transferir-se sozinho, é necessário orientá-lo e ensiná-lo quanto as técnicas que propiciam maior funcionalidade, segurança e agilidade.”
VESTUÁRIO

“O ato de vestir-se independente é importante para a estimulação da percepção, equilíbrio, domínio e integração dos movimentos corporais, preensão, noção de tempo e espaço. As manobras ou métodos de independência auxiliam na execução das tarefas, facilitando e promovendo a independência, principalmente nas atividades de vida diária relacionadas aos cuidados pessoais como o
vestuário.”

“Nas crianças, a independência ocorre de acordo com o desenvolvimento motor e cognitivo. Dentro dos padrões de normalidade a criança adquire independência para vestuário e complementos até cinco a seis anos de idade.”
Algumas atitudes práxicas têm por objetivo permitir ao terapeuta ocupacional melhor desenvolver seu trabalho na Pediatria, por exemplo:
proporcionar conhecimento à criança das partes específicas do corpo;
estabelecer ou restabelecer o sentido do tato e cinestésico;
desenvolver os aspectos de compreensão e verbalização da comunicação;
demonstrar a atividade por etapas.
ALIMENTAÇÃO

“A alimentação é uma atividade social e de subsistência por gerar recursos energéticos para lutar pela vida, trazer saúde e disponibilidade para o fazer. A independência nesta área abrange apanhar o alimento e levá-lo à boca, manejar talheres, escolher o alimento, servir-se, cortar, beber líquidos, limpar a face e as mãos. “



HIGIENE
“As tarefas e higiene envolvem administração do vestuário, cuidados com as necessidades de continência (incluindo transferência postural e uso do vaso sanitário), higiene oral (uso de pasta, escova e fio dental), banho (administração dos materiais de banho, lavar e secar as partes do corpo, manter a postura para atividade e transferência).”


“Quando se fala em controle esfincteriano e higiene da criança é muito comum que haja indagação a respeito de quando deve ser iniciado o tratamento. A resposta é relativa, pois depende inteiramente do desenvolvimento neurológico e psicológico da criança.”

“O treinamento higiênico é altamente individual e geralmente deve estar completo até os 6 anos. Até que se possua uma total independência nos seus hábitos de higiene, ela deve aprender inicialmente a rasgar o papel higiênico sem puxar o rolo inteiro e aprender a vestir roupa, lavar as mãos etc. A permanência de uma criança por muitas horas no sanitário, na posição sentada, pode, em alguns casos, causar um prolapso intestinal.”

BRINCAR
“Para a criança o brincar é de extrema importância e se caracteriza como AVD. Sendo assim, no caso da criança portadora de deficiência, também precisa ser adaptado de forma que ela possa conhecer e explorar o meio de forma criativa, expressiva e participativa.”

FERRAMENTAS DE CONTROLE DO MEIO AMBIENTE
A Avaliação das Atividades de Vida Diária
“O objetivo da avaliação é compreender as vantagens da criança e as áreas de preocupação, dentro do contexto dos ambientes dos quais a criança participa. Os membros da família, e outros membros da equipe como os professores, são parte integrante deste processo.”

“A partir de informações colhidas sobre a interação social da criança em contextos como, higiene, alimentação, manuseio, posicionamento etc., o terapeuta possui uma ampla perspectiva funcional da criança. À medida que a criança amadurece, a avaliação expande-se para incluir a escola e a comunidade.”


“O objetivo principal da Terapia Ocupacional é proporcionar à criança a independência nas AVD. Utilizando o brincar como ferramenta de trabalho, o terapeuta ocupacional torna possível a autonomia do indivíduo em seus vários aspectos junto ao meio onde vive.”

“A família é um elemento essencial neste processo, levando ao terapeuta ocupacional informações a respeito do cotidiano do paciente e dando continuidade ao tratamento, onde de fato, acontece as AVD, proporcionando assim, maior qualidade de vida a esta criança.”